Esclarecimentos sobre suspeitas de febre amarela em Minas Gerais

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) foi notificada nesta terça-feira (8) sobre a internação de G. J. R., de 49 anos, pecuarista, morador de Acrelândia, no Estado do Acre, com suspeitas de febre amarela. O paciente, que não é vacinado, encontra-se internado no Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte. O material do pecuarista foi coletado nesta terça e encaminhado para a Fundação Ezequiel Dias (Funed) para análise.

Sobre a morte de primatas não-humanos, em Minas Gerais, a SES/MG informa que, até esta terça-feira (8), foram notificados pela Gerência Regional de Saúde (GRS) de Unaí, seis mortes de micos em Cabeceira Grande, região Noroeste do Estado, e um primata de grande porte (guariba), em Buritis. A GRS de Uberlândia também confirmou o óbito de um mico na cidade, e a Regional de Januária informou que encontrou três guaribas mortas na beira de um córrego, em Luislândia, Norte do Estado.

Providências

Após a notificação do primeiro óbito de primata não-humano, em Cabeceira Grande, nesta segunda-feira (7), foi desencadeada uma ação pela SES/MG. Nesta quarta-feira (9), a equipe de entomologia da Gerência de Vigilância Ambiental (GVA) da SES/MG chega às cidades de Cabeceira Grande e Buritis. Equipes de Zoonoses e de Vigilância Epidemiológica da GRS de Unaí também foram ao local acompanhar a situação.

Para o município de Luislândia, no Norte de Minas, foi deslocada uma equipe da GRS de Montes Claros. Casa seja necessária a intervenção em outras áreas do Estado, técnicos de outras GRS estarão à disposição da secretaria.

A equipe de entomologia da GVA vai investigar se existem mosquitos dos gêneros haemagogus ou sabethes, transmissores da febre amarela silvestre, na região. É importante ressaltar, no entanto, que não há a confirmação de que a morte ocorreu devido à doença.

Em todos os casos de ocorrências de mortes de primatas não-humanos são desencadeadas ações para investigar a causa, descartando a ocorrência devido à febre amarela. É importante, ainda, segundo a GVA, que a população notifique a Secretaria Municipal de Saúde caso detecte algum óbito destes animais.

A doença ocorre regularmente no ambiente silvestre, envolvendo primatas não-humanos e os vetores silvestres da febre amarela. Quando há um aumento no número de óbitos entre estes animais, o caso é tratado como uma epizootia (mortandade de primata não-humano), que deve ser notificada e, a princípio, tratada como suspeita da circulação do vírus amarílico.

Vacinas

Para intensificar a imunização nos municípios fronteiriços com Goiás e Distrito Federal, a SES/MG liberou 140 mil doses de vacinas para os 13 municípios sob jurisdição da GRS de Unaí: Arinos, Bonfinópolis de Minas, Brasilândia de Minas, Buritis, Cabeceira Grande, Chapada Gaúcha, Dom Bosco, Formoso, Natalândia, Paracatu, Riachinho, Unaí e Uruana de Minas.

Na quinta-feira (10), o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES/MG, Luís Felipe Caram, lidera uma reunião com os gestores municipais da GRS de Unaí para implementação das ações de imunização e de vigilância epidemiológica e de primatas. A reunião será realizada na sede da Regional de Unaí (Avenida Governador Valadares, 1634/SL – Centro), às 13 horas.

Ações permanentes

O Estado realiza ações permanentes para prevenção e controle da doença, como implantação da vacina no calendário vacinal, na rotina, aos 9 meses, desde de 2001, além de campanhas de vacinação em massa desde 1998. E mais, vigilância passiva de primatas em todo o Estado, o que significa que todo evento de morte de macaco é investigado como suspeita de febre amarela até seu descarte pelo Laboratório de Referência Nacional do Instituto Evandro Chagas, do Ministério da Saúde, no Pará.

Também são ações permanentes a vigilância epidemiológica da doença, alertas anuais, no período de maior risco de transmissão da doença, com campanhas publicitárias, e alerta aos profissionais de saúde sobre a doença.

Febre amarela

Com a chegada do verão, das chuvas e do calor, cria-se o momento propício para a reprodução dos mosquitos transmissores de dengue e febre amarela.

Neste ano, há uma importante transmissão de febre amarela no Estado de Goiás, onde ocorreram casos humanos e epizootias (mortandade de macaco) em 28 municípios. Dentre estas mortes, houve também a confirmação de um macaco positivo, em um parque na zona urbana de Anápolis.

Até 1999, a vigilância deste agravo era pautada, exclusivamente, na ocorrência de casos humanos. A partir daquele ano, com a observação de morte de primatas não-humanos em vários municípios de Tocantins e Goiás, tais eventos passaram a ser vistos como sinalizadores de risco de casos humanos de febre amarela.

Não existem medidas efetivas de controle dessas populações de animais. Quando a epizootia ocorre nas proximidades de áreas urbanas ou nas áreas limítrofes destas com as áreas rurais, também está indicada a intensificação das ações de controle do Aedes aegypti, para que este não transmita a infecção nas cidades.

Em 2007, foram notificadas epizootias de primatas não-humanos em nove estados do país: Goiás, Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Piauí, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. No entanto, houve confirmação laboratorial para febre amarela apenas em Goiás, até o momento. Nestes estados, houve registro de epizootias em 48 municípios. Em relação aos casos humanos, foram registrados seis casos em quatro estados: Amazônia, Pará, Roraima e Goiás.

Fonte: Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

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