Múmia Brasileira: Conservada, resiste desde a época dos faraós

Um corpo infantil com idade entre nove e dez anos, junto a vários objetos funerários foi encontrado no município de Unaí (MG), durante pesquisas arqueológicas. Esse achado chamou a atenção de pesquisadores para a cidade. Em novas buscas, foram localizados muitos itens que parecem saídos da arca perdida de um Indiana Jones mineiro.


A primeira grande descoberta foi em 1987, a ossada de uma criança encontrada na Gruta do Gentio, a de 25km do centro da cidade. Em função do clima extremamente seco no interior da caverna e de estar envolvida em uma espécie de tecido de algodão primitivo, conservou-se embalsamada. Ela foi apontada como a mais antiga múmia brasileira, com idade aproximada de 3.500 anos.
Ao todo são três os sítios arqueológicos na cidade, dois no Gentio e um nas proximidades da Pequena Central Hidrelétrica Unaí Baixo, conhecida como Usina PCH, distante cerca de 38 km do município. “Há uma equipe comandando as escavações no sítio da usina, onde existe uma das maiores variedades de artefatos encontrados em todo o país”, relatou o historiador Márcio Antônio Telles, arqueólogo coordenador da Griphus Consultoria, responsável pela exploração.
A múmia hoje está no Instituto de Arqueologia Brasileiro (IAB), no Rio de Janeiro. Outros artefatos foram para a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), instituição responsável pelas primeiras descobertas na região. Parte do material está depositado em Goiânia, onde a Griphus, em parceria com a Universidade Católica de Goiás (UCG) está fazendo testes de carbono-14 para definir a idade dos últimos achados.
Apesar de todas as pesquisas terem apontado que a região Noroeste de Minas Gerais foi habitada há pelo menos 11 mil anos, pouco se sabe sobre a origem dos povos que lá viviam. “É possível que sejam povos próximos aos incas, em migração por melhores condições de clima e terra para plantio” afirima o jornalista José Augusto Nieto, que acompanha desde o início as expedições, 
Essa possibilidade é endossada pelo estágio de desenvolvimento das ferramentas de plantio utilizadas, bem como pela forma com que os antigos trabalhavam com tecelagem e a produção de cereais, utilizando-se de teares máquinas de moagem de grãos muito avançadas para a época. Nieto vê nas pinturas encontradas nas paredes das grutas de Unaí, que representam o dia-a-dia destas pessoas, semelhanças com escritos andinos.
Muitos artefatos ainda permanecem em seu local de origem, na usina, mas sem condições de conservação, ao ar livre, sujeitos as condições climáticas. Os sítios da Gruta do Gentio possuem hoje em dia apenas escrituras rupestres nas paredes. Como, na cidade, não há estrutura para guarda e restauração desses materiais e o museu municipal somente possui acervo sobre os usos e costumes da cidade, o patrimônio histórico do local está correndo riscos de depreciação.
Segundo a turismóloga da prefeitura de Unaí, Jordana do Vale, “atualmente não há condições, nem previsão de que o museu possa abrigar os artefatos”. 


Acesse o estudo completo de BEATRIZ RAMOS DA COSTA sobre as relíquias da Gruta do Gentío II (Clique aqui)

Escrito por Rudimar Pereira   

2 comentários:

  1. cadê a múmia conservada? nas fotos (pequenas) só deu pra ver um esqueleto.....

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  2. Eu achei muito interesante essa descoberta, mais fiquei muito triste em saber que na cidade de unai não tem um museu, esse achado é da cidade ela tem que ficar com ele, a população merece isso, vai ser bom pra cidade ter isso como um museu turistico.

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