Projeto IPTU - Quem vai pagar a conta?

Os vereadores de oposição são favoráveis à isenção. No entanto não admitem que parte da população, principalmente os comerciantes, paguem essa conta. Segundo eles, a Aciu será comunicada para interceder em defesa dos comerciantes unaienses.


Uma polêmica tomou conta da cidade no segundo semestre de 2010 devido ao aumento abusivo do IPTU, lançado através de decreto pelo Prefeito Antério Mânica.
A discussão teve início quando a população recebeu em casa em meados de outubro de 2010, logo após a eleição para deputado, os carnês de pagamento, que em alguns casos continha um aumento de até 1.000%.
Como não há um diário oficial do Município para publicação destes decretos, a população e nem os Vereadores não tiveram acesso a essa informação.
O que mais indignou os unaieneses foi o fato do Prefeito não ter comunicado o aumento, muito embora tenha acesso freqüente aos meios de comunicação e até mesmo um programa semanal nas rádios de Unaí.
O assunto ganhou maiores contornos quando o vereador José Inácio, ao conceder entrevista à imprensa local, demonstrou, de forma clara, que o decreto editado pelo Prefeito Antério Mânica era, ao mesmo tempo, ilegal e abusivo.
Segundo os Vereadores de oposição, o Prefeito Antério Mânica não tinha poderes para aumentar o valor do IPTU sem autorização da Câmara, que deveria ser feita através de Projeto de Lei, Para eles o Prefeito exorbitou a sua competência, passando por cima do Legislativo.
A manobra do Prefeito sofreu mais um baque quando o Vereador José Inácio protocolou na Câmara um projeto de Decreto Legislativo propondo o cancelamento do aumento ilegal e abusivo.
Para piorar, várias liminares foram concedidas pela justiça para contribuintes que ajuizaram ações contra o aumento. Ainda, na condição de defensor da sociedade, o Ministério Público ajuizou uma ação propondo o cancelamento da cobrança abusiva do IPTU.
Pressionado pela população, pelos Vereadores e pela justiça, mesmo contra sua vontade, outra alternativa não restou ao Prefeito Antério Mânica  senão cancelar a cobrança abusiva do IPTU.


CONTRADIÇÕES
O decreto do Prefeito, que foi anulado devido aos questionamentos ocorridos na Câmara e na Justiça, foi justificado pela administração municipal sob o argumento de que o município precisava arrecadar  para realização de obras na cidade.
Com a popularidade abalada face ao injustificado aumento, com o intuito de recuperar a confiança da população, a administração fez o inverso do que havia sido o motivo do aumento, 
Num passe de mágica, o que era antes argumentado pelo prefeito para justificar o abusivo aumento, mudou repentinamente, mandando um novo projeto para a Câmara, com isenção de boa parte da população.
O projeto atual, isenta idosos, doentes, população carente. Os vereadores na sua unanimidade concordam com estas isenções.
A contradição reside no fato do Prefeito ter justificado o aumento abusivo para realizar obras no município para, logo em seguida, querer, segundo ele, isentar 70% da população do pagamento. 
Os vereadores estão preocupados com a forma como o projeto foi colocado, pois, não foi informado o impacto financeiro das isenções e\ou a renuncia de receita que o projeto vai gerar.
Segundo os vereadores José Inácio, Paulo Arara, Olimpio Antunes, Edimilton Andrade e Dr. Tadeu, quem vai pagar estas isenções é o restante da população que vai pagar o IPTU. Comerciantes e moradores do centro serão os mais sacrificados.


PREOCUPAÇÃO
Na visão dos vereadores, o projeto das isenções é bom, mas pode causar prejuízos aos contribuintes que não serão isentados e até mesmo para toda população pode ser prejudicada face a carência de verbas para a realização de obras.
Unaí, hoje, conta com sete loteamentos irregulares, que não contam com infraestrutura, especificamente os loteamentos Park Rio Preto e Park Areia, estão abandonados há mais de uma década e há quase três anos estão sem água, luz, asfalto e esgoto.
A conclusão: a população deve discutir bem o projeto, pois a única forma de buscar melhoria da cidade é através dos impostos, não pode a atual administração comprometer o IPTU, pensando somente nas próximas eleições, e deixando a conta para parte da população. A eleição passa a cidade continua.

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